Pensa numa pessoa simpática, carismática, alegre e entusiasta… Esse, no caso, é o Walter Robb, Co-CEO da Whole Foods, empresa norte-americana líder em produtos naturais e orgânicos. Ele representa excelentemente o espírito da marca – simples, humana e acolhedora – como é mundialmente conhecida.
Foi um grande prazer conhecer esse líder que sempre me inspirou com suas práticas de negócios ao lado de John Mackey; inclusive, a Whole Foods é uma das marcas da parte de cases do meu livro. Então, assim que fiquei sabendo de sua participação na HSM ExpoManagement já reservei a data. Porém, por pouco não perdi essa oportunidade única. Em todas as edições anteriores, os convites para as palestras eram entregues apenas com uma hora de antecedência, mas este ano o sistema mudou e nem avisaram. Como cheguei com antecedência, estava tranquila achando que conseguiria facilmente um convite mas assim que cheguei no auditório me avisaram que os convites já estavam esgotados e que o sistema havia mudado.
Mesmo insistindo muito disseram que não podiam fazer nada. Mas quando estava saindo de lá, decepcionada, vejo o próprio Walter Robb um pouco mais a frente conversando com duas pessoas. Nem acreditei! Pensei: “Se não posso assistir a palestra dele pelo menos vou tentar uma foto”. Esperei um pouco e tomei coragem. Walter Robb foi uma simpatia de pessoa (de longe ele parecia um pouco sério) e quando disse que os ingressos já haviam se esgotado e que queria muito assistir a apresentação dele, logo solicitou para o pessoal do O Boticário (empresa patrocinadora do auditório de sustentabilidade) que estavam lá também. E o mais incrível foi que ele ficou super curioso quando falei do meu livro e que a Whole Foods é uma das marcas citadas. No final consegui não apenas a foto como assistir a apresentação também!
Sobre a apresentação em si, foi bem resumida mas valeu a pena ouvir do próprio Rob tudo o que já sabia e lia a respeito. Ele tocou em pontos importantes, como, por exemplo, que o mundo apresenta muitos desafios e que as empresas podem causar um grande impacto na vida das pessoas. Fez perguntas essenciais: “Por quê você está no seu negócio?”, “Qual é a razão disso?”, “Por quê você acorda todos os dias para ir trabalhar?”, “O que te motiva?”, “Qual o seu propósito?”.
Ele ressaltou que o importante não é apenas o que a empresa faz, mas principalmente como se faz – sendo essa última a grande diferença; mas os valores e crenças devem fazer parte da essência da empresa e de todo processo, devendo ser incorporados e vivenciados no dia a dia. O que move os funcionários não é apenas o salário no fim do mês e sim a sensação de pertencimento e de fazerem parte de algo maior. E quando os funcionários acreditam no que você faz e na maneira que faz, os clientes não apenas percebem como sentem o engajamento da equipe quando vão nas lojas, no caso, na Whole Foods.
Ele disse que as empresas têm que criar um ambiente de trabalho em que isso seja possível, pois os negócios são pessoas e que os líderes têm o poder de fazer escolhas – que então seja as melhores escolhas para suas pessoas, seus clientes, sua empresa e para o planeta!
O seminário também contou a presença de outros palestrantes como a Malu Nunes do Grupo O Boticário que apontou alguns dados importantes baseados em pesquisas:
– 67% das pessoas compram com base em seus valores e crenças
– 47% das pessoas compram pelo menos 1 vez por mês de empresas que apoiam uma causa
Ela disse que é importante valorizar a diversidade e os diferentes pontos de vistas para o negócio crescer e prosperar; além de considerar também toda a cadeia de valor nas tomadas de decisão.
Para finalizar, o último palestrante foi o Alexandre Borges da marca brasileira ‘Mãe Terra’ . Ele disse as empresas são agentes de mudanças e que elas têm que ocorrer de dentro para fora. Disse que sim, a ‘Mãe Terra’ mesmo focada na sustentabilidade também é capitalista, pois o lucro é base para a sua própria sustentabilidade e que não é perfeita e nunca será 100% sustentável, mas que sempre se esforçam para fazer da melhor maneira.
Ele falou da importância do ‘caminho do meio’ e que deve haver um equilíbrio entre a mente e o coração; que o objetivo da marca é gerar lucro mas também cuidar dos consumidores através de uma boa alimentação e de respeitar a essência de cada um.
Eles querem resignificar o conceito de sustentabilidade (no caso deles no setor alimentício) que é considerada uma coisa “chata” ou “sem graça” para algo mais “fun” (divertida); tirar a ideia de “privação” para “aspiração” e que mais importante que “ter” é “ser”. Contam com um programa holístico de sustentabilidade (foco em toda a cadeia: as embalagens, transporte, etc.) e valorizam os ingredientes brasileiros.
Mas, infelizmente, ele disse que os brasileiros ainda não consomem muitas marcas sustentáveis mas que essa atitude mudará rapidamente com a nova geração! Que assim seja!
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